sábado, 27 de março de 2010

Quem é o político?


















          Quem é o político? Pois bem, é alguém que surge do meio do povo e que através de seus trabalhos sociais, intelectuais, profissionais e à sua habilidade de persuasão, torna-se um líder. Sua liderança ocorre por meio de suas ações, associadas à sua capacidade de motivar, comandar e representar grupos da sociedade, através de seus argumentos convincentes.

          Normalmente o político se faz a partir de uma ideologia, onde ele consegue aglutinar grupos sociais que o apóiam, motivando-o a entrar na vida pública, para que possa representá-los. Portanto, um político, de certa forma, está comprometido com uma parcela da sociedade, sendo obrigado a dar respostas a esses grupos ideológicos.

          O político pode surgir também, a partir de um histórico familiar. É muito comum em famílias de tradição política, que têm a política como herança, lançarem seus descendentes à vida pública, para dar continuidade aos seus projetos e planos políticos. É importante ressaltar, que o ambiente familiar também é um fator preponderante, que proporciona para muitos a inserção na política
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         Ainda podemos dizer, que o político pode surgir a partir de trabalhos públicos. Isto é: um gestor para governar, precisa de auxiliares diretos comandando secretarias, etc. Certamente estas pastas servem como trampolim, para que muitos busquem cargos eletivos, a fim de tornarem-se políticos.

          Em suma, o político não é um extraterrestre que surge de algum planeta, mas sim um ser humano, que conforme sua educação, cultura, formação de valores, da posição em que está inserido no contexto da sociedade e das habilidades subjetivas que possui, conquista a simpatia de grupos sociais, captando seus interesses, de forma que o tornam seu representante.

          Portanto, quem constrói o político é a própria sociedade, como conseqüência, ele tem o perfil dela. Sendo assim, ao analisarmos a conduta ética e de valores dos políticos, precisamos analisar a conduta ética e de valores da sociedade e conseqüentemente a minha e a sua.

          Não há uma sociedade heterogênea, pois cada indivíduo é subjetivo e busca seus interesses, no entanto, mesmo nas diversidades de ideologias e de interesses, há determinados conceitos que devem existir em comum na sociedade, entre tantos outros valores, estão os seguintes: o de amar o seu semelhante, o respeito pelo direito dos outros, pela vida e pelos bens alheios.

          Finalizando, o político sempre continuará sendo uma pessoa polêmica e criticada, pois continuamente estará defendendo ideologias que agradam uns e desagradam outros, uma vez que isso faz parte da diversidade existente na sociedade, porém, o político pode ser melhor em nível de ética e de valores, à medida em que a sociedade também passe a ser mais ética e a inserir em sua formação, valores universais por meio da educação e de uma formação cristã.

          Ataíde Lemos

Revisão:
Vera Lucia Cardoso

sexta-feira, 26 de março de 2010

Inclusão Social é um Processo Cultural

















          Alguém já viu uma criança de 5 ou 7 anos ter atitudes preconceituosas? Alguma criança nesta idade discriminar negros e pobres? Certamente que não, pelo contrário, brincam sem qualquer tipo de discriminação ou preconceito. E por que isto ocorre? Porque a criança não tem preconceito, é pura. No entanto à medida que vai crescendo e recebendo educação, passa a construir seus grupos de relacionamento, aí sim, vai criando seus conceitos e pré-conceitos segundo a educação que recebe através da instituição de ensino e dos convívios social, familiar e religioso. Em suma, são a educação e a cultura os fatores responsáveis pelas divisões entre pessoas e os construtores da exclusão.

          Todos são iguais perante a Lei e cabe ao Estado promover a igualdade, respeitando a diversidade e os direitos individuais de cada um. Por exemplo: no passado a mulher não tinha direito ao voto e não havia a obrigatoriedade da educação formal. Com o tempo a sociedade foi evoluindo e o Estado foi promovendo tais mudanças, concedendo mais direitos, seja através de Leis de obrigatoriedade ou da inserção social de uma parcela da sociedade, promovendo assim a cidadania de todos.

          Ultimamente o Estado vem promovendo mais leis que dão cidadania aos deficientes, idosos, negros, homossexuais, etc. No entanto todas estas leis passam por um processo cultural da sociedade, que ocorre através da educação promovida pelas instituições de ensino, famílias e entidades sociais e religiosas. Enfim, uma sociedade na medida que constrói uma nova cultura, automaticamente promove a inserção social, sem necessidade de imposição da lei.

          Não acredito que a sociedade de um modo geral, com exceção de uma minoria insignificante, seja contra a inserção de quaisquer grupos sociais, sejam étnicos, raciais, de credo ou de opção sexual. Ou que seja contra as leis de proteção social como as dos Estatutos do Idoso e da Criança. No entanto o que a sociedade não concorda, é que em busca da inserção, alguns artigos inseridos nestas leis, promovam a discriminação e lhes retirem direitos.

          Se formos observadores, veremos que a maioria das leis que promoveram a inserção social, contam e sempre contaram com o apoio da sociedade, ainda que uns e outros as questionem. As leis foram aprovadas pela maioria dos parlamentares, significando que a sociedade concordou com elas. No entanto algumas leis são passam, porque a sociedade não as aprova. Por exemplo: a do aborto. A maioria da sociedade é contra, pois o aborto fere o direito maior, aquele que é o gerador de todos os outros - o da vida.

          Outra lei que gera grande discussão e dificilmente será aprovada é a de Políticas Afirmativas em relação à Educação. Por se tratar de uma política desproporcional, que ao invés de promover a inclusão, colabora na discriminação, tanto do negro quanto do branco e pior que isto, desqualifica o saber. A inclusão na Educação, deve acontecer dando condições para que as classes menos favorecidas economicamente, possam ter acesso e condições de concluir um Curso Superior e não no sentido de beneficiar pessoas, devido a cor de sua pele ou etnia. Enfim, esta política da Afirmativa é tão desproporcional, que grande parcela dos negros, teoricamente beneficiados são contrários a ela.

          Em suma, a sociedade precisa caminhar sempre procurando derrubar antigos paradigmas, promovendo a justiça e a inserção social de todos. No entanto, com o cuidado de não retroceder. Concluímos que a plenitude das transformações sociais, ocorre em longo prazo com a mudança cultural da sociedade.

Ataíde Lemos

Revisão:
Vera Lucia Cardoso

quarta-feira, 24 de março de 2010

Atitude Da Mídia No Julgamento Dos Nardones














         Quando ocorreu o triste episódio da morte de Isabella, toda a sociedade ficou perplexa e revoltada com o acontecimento. A imprensa fez a cobertura dias e dias sempre destacando como manchete o assunto, ou seja, iniciava e terminava seus teles jornais enfocando matérias sobre o caso tornando-se até insuportável de tanto que se noticiava.

          Realmente foi um crime bárbaro a morte desta criança alegre, cheia de vida. Um assassinato com requinte de muita crueldade, mas aí perguntamos: quantas mortes que vemos ocorrer no dia a dia que são tão cruéis como este e que passam as margens da noticia? ou apenas, com algumas notas numa ou outra Rede de TV?

          Pois bem, está ocorrendo o julgamento do casal Nardone e novamente vemos a imprensa agir da mesma maneira, isto é, seus holofotes estão centrados no assunto. Os teles jornais estão agindo semelhante ao ocorrido na morte de Isabella, ou seja, iniciam e terminam com matérias do julgamento. É como se a imprensa estivesse fazendo o julgamento paralelo, pois colhe noticias de tudo que acontece no tribunal. Já descreveu cada jurado em detalhes como, por exemplo, quem são, o que fazem, quais são seus níveis econômicos, culturais e sociais. A mídia está trazendo todas as peças do processo para fora do tribunal, onde está havendo o julgamento. Enfim, a imprensa de alguma maneira está formando a opinião publica levando-a a posicionar, de tal forma, que chega a constranger o Conselho de Jurados.

          Quando assistimos o procedimento da mídia neste caso, Isabella, ficamos profundamente decepcionados com a imprensa , pois ela deveria dar e ser o exemplo para que diminuísse o preconceito social entre as pessoas, mas age contrariamente. Com tal procedimento está fomentando ainda mais as divisões das classes sociais ao fazer cobertura desta natureza, simplesmente, porque os personagens envolvidos nesta trama são da classe A. Acredito que todo este sensacionalismo da imprensa em torno o julgamento dos Nardones esteja mais enojando os telespectadores de um modo geral que proporcionando benefícios à sociedade.

          Dias atrás numa pequena nota a imprensa noticiou que os bandidos que promoveram vários atos de terrorismos no Estado e cidade de São Paulo, inclusive matando bombeiros, foram absolvidos. Segundo a nota, os jurados absolveram-os por medo de sofrerem retaliações por parte dos bandidos. Em suma, quantos e quantos julgamentos ou mesmo episódios que são de grande relevância para a sociedade passando as margens da mídia, apenas com pequenas notas?

          Enfim, este procedimento da mídia em torno do julgamento dos Nardones está sendo motivo de críticas até mesmo alguns órgãos sérios da imprensa brasileira. Dia 23/03, Alberto Dines, no programa Observatório da Imprensa, realizada pela TV Brasil em seu editorial fez duras criticas o procedimento da mídia em torno ao julgamento, classificando de circo armado pela imprensa.

Ataíde Lemos

sexta-feira, 19 de março de 2010

Cidadania Está Relacionada A Valores Morais E Espirituais










         É muito comum se dizer que grande parte dos eleitores não sabem votar, não são politizados e como conseqüência produz no Brasil esta maioria expressiva de políticos corruptos. Em suma, joga-se a responsabilidade desta podridão de políticos na falta de instrução política.

         Pois bem, dizemos que somos um país pobre e como conseqüências uma enorme maioria da sociedade não tem escolaridade, sendo assim, são ludibriados pelos políticos desonestos; este pensamento é uma meia verdade, pois o que dizermos de regiões onde há um grande índice de pessoas com elevado nível econômico, cultural e educacional haver também políticos desonestos? Enfim, esta segunda realidade, derruba a tese da falta de instrução educacional ser o fator preponderante do grande numero de políticos corruptos e sem ética serem nossos governantes.

          A grande verdade, sobre os maus políticos que se manterem no poder é porque a sociedade vota mal conscientemente, isto é, em todos os níveis sociais tanto em relação ao poder aquisitivo, educacional vota-se racionalmente de acordo com os interesses pessoais. Infelizmente esta realidade está condicionada a falta de valores espirituais, morais e éticos da sociedade, ou seja, não há compromisso com o próximo e nem com o coletivo. Não há compromisso de cidadania. A imensa maioria do eleitorado ao escolher um candidato pensa exclusivamente nele e no máximo em seus grupos de relacionamentos.

          Não gosto muito de citar o exemplo de Lula, mas infelizmente ele serve como exemplo quando falamos em ética principalmente devido ao discurso que sempre pregou juntamente com seu Partido político, no entanto, para “governar”, fez todo tipo de barganhas e alianças com os piores políticos que há no País em termos de idoneidade. Esteve envolvido em inúmeros escândalos, porém, sempre se justificou com a frase “isto todo mundo faz”. Em outras palavras, “não faço nada de novo.” No entanto, a sociedade o aplaude e pede bis e vemos sempre como justificativa dos eleitores “ele fez isto, fez aquilo de bom” como se seriedade e honestidade não sejam mais prerrogativas de homens que exercem atividades publicas seja elas eletivas ou não.

          Outro caso lamentável é o do ex-governador do Distrito Federal José Arruda, quando era Senador da Republica, adulterou o painel do Senado, primeiramente fez uma encenação chorando dizendo ser inocente, ao perceber que seria cassado renunciou para não perder os direitos políticos. Porém, logo em seguida candidatou-se a governador de Brasília e foi eleito – diga-se de passagem – foi eleito por uma sociedade que teoricamente sua maioria é politizada, possui bom nível social, econômico e educacional.

          Em suma, quando vemos que os maus políticos são eleitos por todas as classes sociais. Que são eleitos por eleitores independente o nível social, cultural e educacional chegamos a conclusão que realmente a questão da melhoria da classe política passa pela melhoria da sociedade; não no sentindo educacional, mas no de valores morais e espirituais.

Ataíde Lemos

sábado, 13 de março de 2010

Lula, o poder e a exclusão















          Ainda que não concordemos com as divisões de classes sociais, espirituais, culturais entre as pessoas; mesmo que professemos que todos são iguais perante Deus e os homens; ainda que insistamos que todos têm os mesmos direitos vivemos numa constante segregação entre uns e outros. O mundo sempre foi assim e, observamos que mesmo com a evolução cultural do homem esta realidade continua do mesmo jeito.


         Esta divisão entre pessoas constrói o sentimento denominado complexo de inferioridade em nível psicológico. Se por um lado, este sentimento de inferioridade pode produzir um efeito positivo, ou seja; na ânsia de conquistar seu espaço social, espiritual; na busca de sua inserção na sociedade o homem se esforça e conquista alguns de seus objetivos, atingindo projeções na área econômica, política, cultural, etc., por outro lado, mesmo com esta ascensão ele vai percebendo que não ocupou seu espaço plenamente. Percebe que com todos os holofotes projetando-o, psicologicamente se sente ainda segregado, isto é, não incluso onde desejaria.

          Iniciei com esta colocação, por ver algumas atitudes de personalidades que se fizeram nas áreas financeira e política, porém, ainda continuam fora de um grupo social, e assim, se sentem excluídas, mesmo que não admitam. Como exemplo, cito o presidente Lula.

           Lula teve uma trajetória brilhante, isto é preciso admitir, mesmo aqueles que não simpatizam com ele. Saiu do sertão, fez o trajeto como tantos migrantes nordestinos buscando a sorte na cidade grande. Com seu carisma, pouco a pouco foi conquistando seu espaço no mundo político através de sua atuação como sindicalista. Aproveitou a oportunidade do regime militar – é preciso frisar que, mesmo Lula tendo sido preso no período da ditadura, se o Brasil não tivesse passado por esta página negra de sua história política, certamente ele teria sido apenas mais um retirante e ilustre desconhecido.

          Pois bem, deixando esta página para trás, Lula conseguiu através de seus méritos e aproveitando as oportunidades conquistar seus sonhos, porém é notório que mesmo com tanto poder, com tanta ascensão política e econômica, mesmo sendo um presidente eleito por dois mandatos e que tem grande probabilidade de eleger sua sucessora ainda se sente excluído. Com toda sua visibilidade não conseguiu se inserir onde desejava; fazer parte da tão chamada “elite” da sociedade.

          Faço esta análise por perceber em Lula certo dissabor no tom das palavras quando se refere a uma parcela da sociedade, os intelectuais. Ainda que na maioria das vezes se vanglorie do cargo que postula, sente-se excluído por ser alguém que não estudou – é preciso ressaltar que se Lula não cursou um nível superior de ensino é porque não quis, pois a partir do momento que se tornou sindicalista e político recursos financeiros não lhe faltaram.

          Em suma, este seu sentimento de exclusão é notório na maneira como ele se posiciona e se expressa quando recebe críticas. Lula antecede o que os outros falariam de alguns acontecimentos que lhe são desfavoráveis, usando-o como mecanismo de defesa se fazendo de vitima da sociedade, deixando visível seu complexo de inferioridade. Enfim, se por um lado ele se sente vencedor pelo que conquistou, por outro, se sente frustrado porque mesmo sendo presidente da república em seu emocional se sente um excluído.

Ataíde Lemos