quarta-feira, 21 de abril de 2010

Liberdade ainda que tardia















         Vinte um de Abril, nós brasileiros reverenciamos os mártires mineiros que derramaram seus sangues num sonho de liberdade e independência do Brasil. Homens que tiveram um ideal de liberdade por ver o país ser sugado por Portugal. Porem foram traídos por um de seus membros.

          Certamente, esta é uma data histórica de um simbolismo de cidadania de grande proporção, pois, o sonho de liberdade deve ser uma busca constante de um povo, de uma sociedade. Enfim, de uma nação.

           Evidentemente, a liberdade somente pode ser conquistada quando uma nação atinge total autonomia, respeito e soberania. Também atinge a liberdade quando não se deixa ser induzida a ceder pressão internacional assinando contratos e acordos internacionais unilaterais ou coletivos que o torna refém das grandes nações, mais ainda, o que de fato impede a liberdade de uma nação é sua subserviência aos paises ricos pelo endividamento financeiro.

           Ainda é preciso dizer que a liberdade de uma nação somente é adquirida com o desenvolvimento de sua sociedade, e isto ocorre quando todo seu povo atinge a cidadania plena, isto é, adquire o direito de usufruir o que a Constituição Federal lhes garante como educação, saúde, moradia, segurança... Enquanto existir varias classes de cidadãos certamente esta liberdade tão sonhada ainda será uma utopia. É importante se ressaltar que todos os cidadãos pagam impostos independentes pobres e ricos, pois, em cada objeto comprado lá está uma proporção de impostos arrecadados que vão para os cofres públicos, sendo assim, todos devem usufruir e ter os direitos iguais sendo considerados cidadãos sem distinção.

          Finalizando o sonho de liberdade deve ser sempre perseguido e jamais o cidadão pode conformar com a realidade que vive. No mundo político como em outros vários mundos sempre haverá interesse de nações, grupos de pessoas que na busca de seus objetivos e interesses coletivos ou pessoais não se importarão de tirar ou diminuir a liberdade de uma nação ou mesmo de seu próprio povo.

Ataíde Lemos

terça-feira, 20 de abril de 2010

A indústria das multas de trânsito















          Sempre ouvimos dizer que há uma indústria de multas de trânsito no Brasil. Os municípios, estados e mesmo a União estão se informatizando para aumentar cada vez mais o índice de multas possíveis. Estão criando vários pardais (câmeras), nos mais diversos lugares, tanto em rodovias como nas cidades. Como se não bastasse, estão também multando motoristas com as mais diversas infrações, as quais nem os motoristas sabem da existência. Enfim, literalmente estão inventando multas.

          Segundo o princípio da multa aplicada a conotação é outra. É fazer o condutor sentir o peso no bolso e assim ser mais prudente evitando acidentes e transtornos no trânsito. De certa forma, uma reeducação forçada. No entanto, os governos de ambas esferas estão gostando tanto dessa medida, que mudaram o sentido da multa, ela passou a ser usada para aumentar a arrecadação.

          O que parece, é que não estão satisfeitos com o que estão arrecadando ou que encontraram a mina do tesouro e resolveram estruturar a indústria da multa, aproveitando a tecnologia para dobrarem e triplicarem a arrecadação. Há ainda um projeto de se aumentar para mais de 67% o valor.

          Pois bem, quero aqui fazer uma defesa do diabo como sempre tenho feito em determinados assuntos. Certamente todos nós desejamos que hajam menos acidentes, que os motoristas que dirigem embriagados sejam banidos das estradas. Enfim, que haja mais respeito e menos acidentes no trânsito, no entanto não podemos assistir passivamente ao que estão fazendo, que é usar de uma aplicação que tem como objetivo melhorar o trânsito, transformando-a em um meio de estorquir com multas que são verdadeiros assaltos praticados contra o cidadão motorista.

           Com o discurso de melhoria na qualidade do condutor, criaram várias portarias e regulamentos, tanto para a renovação quanto para a primeira habilitação, que na verdade observamos ser mais uma prática de arrecadação. Todos que estão renovando carteiras ou que a estão tirando pela primeira vez, sabem bem ao que estou me referindo.

            Finalizando, é fundamental que a sociedade comece a se manifestar através da mídia contra o que o Estado está fazendo com aqueles que têm veículos e em relação às multas neste país. Temos visto cada infração, que parece ser cômico se não fosse tão trágico.

           É preciso que o governo se cuide para que o tiro não saia pela culatra, pois no pé em que se está indo ou o governo vai cada vez mais tirando os carros de circulação e não recebendo as multas aplicadas ou os motoristas acabam se cuidando a tal ponto, que o governo vai matar a galinha para tirar todos os ovos de ouro, caindo consideravelmente sua arrecadação. Entre as duas, claro que toda sociedade prefere a segunda opção. No entanto, não podemos deixar de questionar esta indústria da multa que está cada vez mais sendo sofisticada com um só objetivo; arrecadar mais.

          Ataíde Lemos 

terça-feira, 13 de abril de 2010

Presidenciáveis: Dilma, Serra e Marina Silva
















          A corrida presidencial foi iniciada, de um lado temos Dilma Rousseff, uma ilustre desconhecida, candidata da situação. Mesmo nunca tendo exercido um cargo eletivo, Dilma tem como cabo eleitoral o Presidente Lula, cujo mandato se destaca pelo alto índice de aprovação. Para aqueles que não se lembram, Dilma assumiu a Casa Civil no escândalo do mensalão, quando José Dirceu deixou a pasta.

          Pois bem, é importante refletir, que mesmo que Lula esteja fazendo uma campanha massificadora, inclusive infringindo a Lei Eleitoral, caso ela se eleja, quem irá governar é Dilma e não Lula e todos nós sabemos que o poder seduz, o poder infelizmente muda as pessoas, sendo assim, é importante estar consciente na hora do voto
.
          O Chile nos deu um exemplo de cidadania. Mesmo a Presidente Michelle Bachelet estando com um alto índice de aprovação, não elegeu seu sucessor. Ao citar este exemplo, é importante refletir, pois os chilenos souberam comparar a capacidade administrativa da então Presidente com a do candidato por ela apoiado.

          Um país que adota o regime presidencialista, onde o presidente tem um grande poder de decisão, tanto na formatação de políticas públicas como na distribuição de recursos financeiros, precisa ter um presidente que tenha habilidade política, que conheça a dinâmica de como trabalhar em sintonia com o Congresso Nacional.

          Muitos questionaram Lula por seu despreparo intelectual, por sua falta de cultura e outros, por ele nunca ter exercido um cargo público no Executivo. No entanto, não puderam dizer, que ele não tinha habilidade para lidar com as divergências. Foi presidente de Sindicato e um dos fundadores e Presidente do Partido dos Trabalhadores. Lula foi Deputado Constituinte. Enfim, Lula mesmo com muitas limitações, sempre foi um articulista portador de um carisma impressionante para a política. Dilma, ao contrário, tem formação intelectual, mas não tem habilidade e nem carisma para a política, tanto que nunca exerceu um cargo público eletivo.

          Ao analisarmos Serra, constatamos que não há dúvida, de que ele é um político que possui carisma; tem uma trajetória longa na política exercendo diversos cargos, tanto no Legislativo quanto no Executivo. Já exerceu uma pasta importante como Ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). No entanto, não há como desassociar Serra de FHC, Presidente que os eleitores rejeitam. Infelizmente, todo nome que esteja ligado a FHC encontra resistência diante da maioria do eleitorado. Portanto, ainda que Serra possa ser um bom candidato, encontra como barreira diante dele, uma grande massa do eleitorado e terá dificuldades para eleger-se.

          Pois bem, correndo por fora, temos também a candidata a presidente Marina Silva. Este nome, ao meu ver, possui grandes qualidades, tanto em nível político como administrativo. Marina Silva é alguém que como Lula, saiu da classe menos favorecida e através de seus esforços conseguiu estudar, sem dúvida é uma pessoa extremamente intelectualizada, sem pertencer à elite. Senadora por dois mandatos consecutivos, já ocupou a pasta do Ministério do Meio Ambiente e foi muito elogiada em seu trabalho, tanto que Lula sofreu pressões quando ela renunciou ao cargo por divergências na área ambiental.

         Marina Silva, com muita propriedade, também representa a Mulher na política. Tem grande conceito tanto no Brasil quanto no exterior e defende a causa do momento, que é a do Meio Ambiente. Enfim, Marina Silva representa o novo e ao mesmo tempo a continuidade das políticas públicas de inserção das diferentes classes sociais e sem dúvida é comprometida com a Educação, pelos próprios méritos.

          Em suma, entre outros candidatos, temos três os quais destaco: uma construída por Lula, mas uma grande incógnita. Dilma, embora represente o que tem de bom no governo de Lula, também representa tudo que tem de ruim, como: a corrupção, a compra de deputados, a falta de ética, etc. Votar em Serra, é trazer de volta ao poder o que a sociedade rejeitou ao eleger Lula e por fim, votar em Marina Silva é dar continuidade às políticas que têm dado certo, ampliando-as e também formar um novo grupo político, porém à frente deste grupo uma pessoa com grandes credenciais de ética, conhecimento e de valores morais conhecidos por todos. Certamente, que ela não é uma candidata apoiada por aqueles que têm nas veias a corrupção.

Ataíde Lemos

Revisão:
Vera Lucia Cardoso

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Literatura e venda de livros no Brasil












          Quando falamos em literatura e leitura, ao meu ver, precisamos abordar dois fatores importantes: um está ligado à leitura em si, ou seja, ler muito ou pouco e o outro fator está relacionado à venda de livros no Brasil.

          Pois bem, segundo o meu ponto de vista, o brasileiro lê muito e com o advento da internet passou a ler mais ainda, isto é comum ser percebido nas redes sociais, como nos sites de relacionamento e em grupos diversos na internet. Graças a esta ferramenta importante que é a internet, a cultura literária do Brasil tem se enriquecido através de novos escritores e poetas, ainda que sejam considerados anônimos em nível nacional.

         Pois bem, quando a questão é venda de livros, existe uma enorme contradição entre o brasileiro ler muito e comprar pouco. Certamente, este é um fator que causa grande frustração naqueles que escrevem.

         Sempre construí um pensamento de que o mercado editoral (editoras) é perverso com os novos escritores em não proporcionar meios para que publiquem seus trabalhos. É um mercado extremamente seletivo, mas ao mesmo tempo com uma política apenas mercantilista, isto é, sem compromisso com a cultura, mas sim com a venda, independentemente do lixo cultural que publiquem. Em suma, uma política descomprometida com a cultura, isto é, se a sociedade compra lixo,vamos publicar lixo.

         No entanto, hoje já mudei um pouco esta visão em relação às editoras, após ver alguns comentários de grandes nomes da mídia e também da literatura, constatando a pequena venda de seus trabalhos publicados. A partir desses relatos, acredito que as editoras por um aspecto, precisam manter ativas suas empresas e neste sentido, precisam faturar. E como agir diferente? Ou seja, como publicar grandes autores sabendo que seus livros ficarão nas gôndolas das livrarias? Sendo assim, acabam produzindo livros, chamados "Literatura das massas", ainda que muitos deles sejam lixos culturais.

         Devido a pouca venda de livros no Brasil, as editoras que mais têm publicado e adquirido espaço no mercado editorial, são aquelas que fazem publicações independentes, isto é, aquelas que prestam serviço publicando poucas tiragens, deixando todo o trabalho de divulgação por conta do autor. Muitas destas editoras usam os recursos do computador, reduzindo o custo de produção. Desta maneira elas atingem vários objetivos: realizam o sonho do autor; têm a possibilidade de conquistar muitos clientes e por fim, reeditam várias vezes pequenas tiragens.

          Ao refletirmos sobre a venda de livros no Brasil, precisamos analisar quatro categorias distintas de literatura: literatura clássica; literatura técnica que também pode ser clássica; a literatura de auto- ajuda e por fim, a espiritualista, pois em cada tipo de literatura ocorre uma variação maior ou menor de vendas, por exemplo, a clássica é a que menos vende, por exigir um público mais qualificado e também porque se direciona àqueles que têm como hábito este tipo de leitura, no entanto, os mais vendidos são os de auto-ajuda, espiritualistas e os técnicos. É preciso frisar que a literatura técnica é bem vendida, por ser exigida tanto no ensino como por ser necessária à formação e à capacitação profissional.

         Finalizando, se não houver uma política em nível de Estado que incentive a venda de livros, específicamente a literatura clássica, este tipo de literatura tende a se manter restrito, fazendo que o Brasil cada vez mais perca a sua identidade literária, vivendo apenas dos escritores do século passado, não que tais escritores não devam ser lidos, mas porque sem a atualização de sua literatura, o País enquanto Nação instituída empobrece, ainda que as pessoas continuem lendo cada vez mais.

Ataíde Lemos

Revisão:
Vera Lucia Cardoso