domingo, 31 de outubro de 2010

Ao descortinar das eleições presidências de 2010


            

Muitos analistas políticos queixaram que os candidatos à presidência foram pobres em seus discursos, ou seja, uma campanha marcada sem projetos e por continuidade. Que os candidatos presidências mais pareciam estar postulando cargos a prefeitos ou no máximo a governadores, pois suas plataformas políticas se deram em falar de assuntos pontuais, sem um projeto grande para o País. Também insistiram que os temas políticos ficaram resumidos em temas religiosos como o aborto.

Pois bem, não vejo que a campanha dos presidenciais foi esta pobreza destacada pelos analistas políticos, pelo contrário, a campanha se deu dentro de um contexto social, econômico e religioso atual.

Na verdade, uma nova eleição começa quando uma outra termina, ou seja, a partir do momento que há uma eleição todos os partidos, de certa forma, já se mobilizam formando seus dossiês, isto é, começam a gravar, recortar fatos do cotidiano para a próxima eleição. Quem é situação monta seus argumentos registrando tudo que faz. Enfim, é assim que funciona a política em termos eleitorais. Ainda é preciso registrar que no período eleitoral há os fatos do momento que também são usados para os candidatos de ambos lados.

Voltando as eleições deste ano (2010), podemos observar que, segundo o contexto atual, o País está caminhando, crescendo economicamente, fazendo distribuição de rendas, ou seja, não há algo que levaria os candidatos a promoverem debates de grandes projetos a não ser a continuidade do que vem ocorrendo. Isto é, o país se encontra nos trilhos. Talvez este tenha sido o motivo de não haver por parte dos candidatos discussões de projetos de níveis elevados.

Temas que serão sempre colocados por candidatos é a questão da saúde, da segurança, da educação, pois estas áreas normalmente serão deficitárias, pois devem serem de investimentos contínuos. O que pode ocorrer é que, alguns políticos têm uma tendência a priorizar determinada área, ou seja, uns são mais voltados à saúde, outro a educação e por ai em diante, sendo assim, acabam canalizando seu governo a estas áreas especificas, no entanto, deixam outros seguimentos tão importante quanto a desejar.

Porém, retornando aos temas que foram explorados este ano e que fez o diferencial de fato teriam que entrarem em pauta foi à corrupção e falta de ética no governo como também a questão religiosa. De forma alguma, isto baixou o nível da campanha, pelo contrario, foi fundamental esta discussão, pois o grande problema contemporâneo do Brasil está na corrupção. Nosso País encontra-se dentro de uma lama de corrupção e a falta de ética dos políticos, portanto, este tema não poderia ficar fora do debate político. Ainda que o governo faça seu presidente, quase a metade da sociedade está indignada com esta situação e isto é muito importante.

Outro assunto em destaque desta eleição que foi o aborto, também um tema necessário ter sido debatido. As manifestações da igreja católica e de algumas evangélicas foram de suma importância, pois ainda que vivemos num Estado Laico, a maioria esmagadora da sociedade brasileira é cristã e o aborto vai contra este principio. Quem motivou a discussão foi o Partido do governo e a candidata Dilma, ao se declarem favoráveis a descriminalização do aborto lançando o PNDH-3.

A igreja foi mais responsável que as mídias, ou a maior parte delas, que não se calou diante ao PNDH-3. A mídia fez o contrário, quando um dos projetos do PNDH-3 é a restrição da liberdade de imprensa, ficaram em cima do muro e quando se sentiram ameaçadas, pelo discurso de Lula, acovardaram-se. Ficou notório que Lula mandou um recado as grandes mídias no discurso dele em Campinas e após aquele acontecimento a mídia amenizou matérias sobre as investigações contra o governo.

Em suma, esta campanha foi normal dentro do contexto, não vejo que faltaram debates de grandes projetos. O que podemos destacar foi o papel da internet, que a partir de agora serve para que os políticos se atentem mais a ela, pois a tendência é que cada vez mais ela interfira eleitoralmente.

Ataíde Lemos

domingo, 24 de outubro de 2010

A mulher e a eleição


Acredito que a mulher possui valores mais sólidos em relação à ética, a corrupção como também possui uma maior preocupação em relação a valores espirituais e humanos que os homens. Pois, na verdade a educação que se dá aos filhos vem mais das mães do que dos pais. É a mãe que leva os filhos à igreja, ou seja, é ela que se preocupa mais com a formação espiritual deles. É na maioria das vezes a mãe que acompanha a educação. É ela quem sempre vai a escola quando os pais são chamados. Ainda é preciso dizer que nos casos polêmicos como o aborto, por exemplo, a mulher que no caso é a vitima, é aquela que se posiciona mais contra que os homens, isto devido sua formação mais enraizada de valores espirituais, ou seja, a mulher tem um maior entendimento sobre o sentido do valor da vida.

Outro fato interessante é que a mulher tem menos preconceito que o homem. Pois ao analisar os trabalhos sociais percebemos que na grande maioria são elas que atuam nas entidades sociais. São elas que estão mais próximas das pessoas carentes, deficientes, doentes. Na maioria das vezes são elas que participam de entidades de dependentes químicos. São elas na maioria as que defendem e ajudam doentes em fases terminais ou doenças onde o preconceito é preponderante como, por exemplo, a Aids, o câncer.

Ainda podemos dizer que a mulher tem menos preconceito que o homem, pois quando o assunto é política não são corporativistas, ou seja, votam em mulher, porque tal candidato é mulher, pelo contrario, vota conscientemente naqueles que acredita ser o melhor candidato, independente o sexo.

Um dado importante é que quando o assunto é política os requisitos fundamentais para a mulher não são os projetos dos candidatos, mas sim a idoneidade, a ética e também analisam muito os valores, ou seja, para a mulher o importante na escolha é o caráter do candidato.

Outro fato interessante é que, quando a mulher ao decidir por um candidato não muda, pois tem maior percepção, isto é, ela é capaz de definir bem o caráter das pessoas na fala, no olhar. Da mesma forma, quando rejeita tal candidato dificilmente vota atrás.

Muitas vezes ouvimos dizer que parte grande das mulheres não se interessa por política, até pode ser verdade, porém em partes, ou seja, as mulheres podem não gostar das bandalheiras que os políticos fazem em tempos eleitorais, mas algo elas se interessam e muito que é o caráter do político. Pois, normalmente e a mulher que assume a frente quando o problema é saúde, é educação, é segurança. Enfim, é ela a primeira a perceber as carências dos serviços básicos e essências do Estado como também se indignar com a corrupção.

Portanto, que nestas eleições as mulheres dêem respostas aos candidatos e assim, escolhem aquele ou aquela que de fato possui as qualidades necessárias da altura que o Brasil merece para que desenvolva, mas sem corrupção, sem contra-valores. Que nós homens, um dia possamos aprender com as mulheres como votar corretamente.

Ataíde Lemos

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A igreja e sua posição nestas eleições presidenciais



A Igreja Católica (CNBB), tem exercido um papel dúbio numa posição política nestas eleições. É lamentável que uma igreja que foi o berço político do PT, não consegue enxergar a triste realidade em que este partido proporcionou ao Brasil numa das maiores crises de ética e corrupção de um Partido Político, num tempo em que a sociedade, teoricamente evoluiu em termos de cidadania, a Igreja dá um passo atrás na sua história, que certamente terá que pedir perdão no futuro.

Alguns bispos e padres têm usado de coragem e colocado suas posições a luz do evangelho, seguindo não a orientação da CNBB, mas sim, a posição do Chefe Supremo da Igreja de Cristo, o Papa Bento XVI que é defender a vida. Bispos que colocam seus interesses políticos a serviço da cultura de morte estão sentenciando-se a si próprios. “Quanto mais é dado, mais será cobrado...”, ou seja, a missão delegada é de profunda responsabilidade para os que foram ungidos para anunciar e zelar pela Boa Nova.

A Deus cabe o direito do julgamento, longe de nós, no entanto, são pelas ações que as pessoas mostram de que lado está. Não dá para uma Igreja apoiar um partido, uma candidatura que expõe claramente sua posição em relação à vida, ou seja, um partido que coloca como diretrizes praticas que atentam a vida e a Igreja se coloca a favor deste partido ou desta candidatura. Não são fundamentos evangélicos partidos e candidaturas que criam um Programa Nacional de Direitos Humanos onde coloca o aborto como meta. Que ameaça a liberdade de expressão. Que restringi a liberdade da igreja e ela ainda se coloca a favor deste partido, ainda que indiretamente.

É lamentável ver alguns bispos tecerem criticas contra pastores (bispos e padres) por alertarem seus rebanhos contra tais partidos e candidaturas que aderiram a cultura da morte e que tentam implantar no País. A credibilidade da Igreja não está no anuncio do evangelho, mas nas suas ações em favor da vida, pois o anuncio do evangelho, nada mais é que a vida em plenitude.

Quando a Igreja Católica, promoveu muitos políticos do PT e outros de partidos de esquerda, ela foi profundamente criticada, por envolvimento em seguimentos que não diz respeito a sua missão. Esta posição da igreja a levou perder muitos fieis, por desvirtuar-se de sua missão. Houve até a necessidade do Papa João Paulo II intervir, fazendo um deslocamento de bispos que penderam para Teologia da Libertação, inclusive o Sumo Pontífice teve que soltar manifestos e remanejar bispos e aposentar outros para reverter à situação.

Hoje vemos uma nova e triste realidade, a posição que a Igreja se encontra, ou seja, parte dela, inclusive com integrantes da CNBB, soltando manifestos, ainda que indiretamente, para um partido e candidatura que já expôs por varias vezes suas posições em relação ao aborto e ainda tenta silenciar os pastores que defendem o evangelho de Jesus Cristo.

Em suma, como cristão mantenho minha Fé, mas certamente, com um sentimento de frustração, por ver uma Igreja a qual tem uma missão de resgatar o homem na sua plenitude, fazer uma opção, mesmo que velada, a cultura da morte. Que Deus tenha misericórdias destes pobres pastores, os quais dão contra-testemunho cristão e, aqueles que levantam a bandeira da vida encontrem o respaldo na força do Cristo Jesus.

Ataíde Lemos

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Por que votar em Serra?


Parte dos eleitores votam motivados pela emoção, outros votam por sugestões de outrem, porém, ao votar é necessário analisar as circunstâncias contextuais políticas e social. Tem que analisar projetos políticos dos candidatos, embora sabemos que é sempre a mesma coisa, quase nenhum dos candidatos tem projetos definidos, ou seja, o discurso é sempre o mesmo; melhorar a educação, a saúde, a questão da violência, trafico de drogas, rodovias, portos, meio ambiente, etc, etc.

Partindo da primícia que, na verdade, nenhum dos dois candidatos tem um projeto diferente, até porque um projeto distinto implica-se numa ideologia diferente e haja vista que ideologia nova sugere mudança de rumo do País. Portanto, uma nova ideologia somente é ingerida pela sociedade se o País estiver vivendo uma crise profunda em nível social, econômico e de depressão.

Pois bem, olhando por este prisma e analisando a realidade do Brasil hoje, os candidatos à presidência, tanto Serra como Dilma, segundo que os candidatos expõem, o governo de qualquer um deles seria uma continuidade. Neste sentido, outros dados são prioritários para serem analisados pelos eleitores como por exemplo, a idoneidade, o histórico de estadista e de gestor. Ainda outros elementos como, quais são as pessoas, os grupos e os partidos que o apóiam.

Segundo meu ponto de vista, analisando pela razão o candidato que pode ser melhor para o Brasil neste momento é Serra e explico porque penso assim:

Primeiro: Temos que partir pelo principio da reeleição, ou seja, certamente Serra terá que mostrar trabalho, pois com certeza desejará se candidatar à reeleição.

Segundo: Ainda sobre a reeleição; Serra terá um grande páreo em 2014 que é nada mais, nada menos que Lula como candidato. Alguém tem duvidas que Lula não vai querer voltar? Sendo assim, Serra terá que fazer muito.

Terceiro; Caso Serra vença ele não terá maioria no Legislativo, isto significa que deverá ter habilidade para conseguir provar projetos complexos e polêmicos. Um País precisa de oposição forte. Quem não conhece experiências onde o Executivo tem maioria absoluta no Parlamento e vemos Leis mais absurdas sendo aprovadas? É importante refletirmos que tudo que o Executivo pretenda realizar passa pelo Legislativo.

Quarto: caso Dilma vença terá a maioria do Legislativo, podendo aprovar qualquer Lei que desejar. Muitos dizem: “não é o executivo que faz Leis” e não é mesmo, no entanto, grande maioria dos Projetos de Leis, Medidas Provisórias são encaminhadas pelo Executivo, evidentemente todas as Leis encaminhadas serão aprovadas independente seja do interesse da sociedade ou não. Jamais podemos esquecer que nosso sistema político é presidencialista com estrutura parlamentarista. Mesmo os Projetos de Iniciativa do Legislativo que seja do interesse da sociedade, mas não do Executivo não tramitam no Congresso Nacional, esta é a tônica que temos vistos durante anos. Ainda há a questão das CPIs, ou seja, mesmo sendo um direito da minoria parlamentar quando o governo não desejar investigar algo sobre ele, as CPIs não serão criadas, caso seja não prosperarão, pois cansamos de ver estas situações no caso da CPI da Previdência Social, da Petrobrás e tantas outras.

Quinto: O PT, em suas diretrizes é favorável ao aborto. Encaminhou o Programa Nacional de Direitos Humanos – 3, cujo em um de seus artigos é favorável ao aborto e em outro restringe a liberdade da imprensa, intimidando-a. Então vem a indagação; pelo histórico do PT, tem como acreditar neste Partido? Ou seja, é possível dizer que após ganhar as eleições estes temas não voltarão e não serão aprovados, haja vista que possuem maioria constitucional no Congresso Nacional?

Em suma, eleição é algo sério que não se pode deixar ser conduzido por cabos eleitorais, por partidários deste ou daquele candidato, precisa ser analisado profundamente, pois o voto tem conseqüências.

Embora, me expus votar em Serra, não é um voto partidário, até porque não sou fã de Fernando Henrique Cardoso, pelo contrário, mas porque analisando os dois candidatos, avaliando seus programas de governo que, na verdade nenhum dos dois tem, pois tudo que dizem é continuidade. Também analisando o fator reeleição e de como ficou a composição do Legislativo Federal nas duas casas, e por fim, analisando o histórico do Partido dos Trabalhadores enquanto governo a opção para que o Brasil continuem melhorando, sem medo de retrocesso é Serra.

Ataíde Lemos

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dilma e a internet



Dilma e sua coordenação andam criticando a internet, segundo eles, estão sendo caluniados através de inúmeros e-mails que circulam na rede. Culpam a internet por Dilma não ter conseguido eleger no primeiro turno.

Interessante, já culparam as instituições religiosas. Já disseram que foi a questão do aborto, mas é preciso ressaltar que sobre o aborto quem disse foi Dilma em entrevista e também o PT ao elaborar o PNDH-3. Já culparam a mídia, por veicular os escândalos da Receita Federal e da Casa Civil. Agora é a internet quem está sendo a vilã, ou seja, é a liberdade de expressão da sociedade que está lhe prejudicando. Quantos inúmeros e-mails os internatas recebem falando mal da outra candidatura? Porém isto não tem problema, agora quando enviam contra Dilma e o PT não pode, portanto, é proibido fazer campanha contra, somente a favor.

Enfim, não se pode falar contra o PT, não se pode usar o direito de expressão, não se pode fazer campanha contra, pois se fizer PT e Dilma se fazem de vitimas, de injustiçados.

Campanha política é assim que se faz; o eleitor precisa saber quem é quem. O eleitor precisa conhecer a personalidade de cada um. Saber as propostas dos candidatos. Conhecer as ideologias dos Partidos que querem governar. Não existem políticos santos, eleição não é uma disputa esportiva, pelo contrário, é o futuro de um País que está a se decidir e que tem conseqüências.

Quanto, matérias caluniosas, sempre existiram e existirão na política de ambos os lados, isto não é novidade, o que seja novo é a ferramenta da tecnologia, pois por meio da internet noticias têm velocidade instantânea e não há como ter controle sobre elas.

Estas eleições têm trazido uma nova realidade política que tende cada vez mais se consolidar que é de fato a liberdade de manifestação da sociedade em termo políticos. Estamos caminhando para uma nova era, onde a sociedade passará de passiva a ser mais ativa, ou seja, não apenas ouvirá propostas dos candidatos, mas influenciará decisóriamente nas escolhas. Em suma, os eleitores exercerão mais o direito, de certa forma, aumentará uma maior consciência política, pois num clic de mause milhares, milhões de pessoas terão exposto todo histórico dos políticos e assim estará influenciando diretamente nas escolhas. Não serão mais votos cegos.

Portanto, somente há duas maneiras de que as pessoas não sejam influenciadas pela liberdade de expressão; uma é restringir esta liberdade, ou seja, o governo limitar a democracia e um outro é por meio da educação, pois o eleitor politizado não se influencia pelas informações que recebe por ter condições de filtrar todas elas.

Ataíde Lemos

domingo, 10 de outubro de 2010

Religião e Política se Misturam


Como desassociar religião de política? Ou fé de cidadania? Será que há como desassociar psicológico de biológico? Psíquico de físico?. Acredito que não pois, o Ser humano é um todo, e neste todo, também está a espiritualidade, ainda que em algumas pessoas não seja manifestada claramente.

 A religião é a ponte de ligação entre o homem enquanto humano ao homem divino, ou seja, a religião liga estes dois Seres. E como ponte, ela é responsável para o desenvolvimento espiritual do homem, por sua vez, a espiritualidade transforma o homem tornando-o um Ser melhor, pois ela o revela sua condição de imortal e assim, o torna responsável pela transformação social da sociedade. Pela espiritualidade o homem descobre que todos são irmãos e filhos de um mesmo Pai. Pela espiritualidade o homem assume compromisso e responsabilidade pela vida. Em suma, através da espiritualidade o homem promove o amor a todos sem distinção.

 Pois bem, ai novamente vem à pergunta: como separar a religião da cidadania? Não é possível, pois antes do homem ser cidadão ele é espiritual e deve ter suas ações enquanto Ser terreno voltado ao amor a si e ao próximo.

 Um Estado Laico não significa um povo ateu, um povo que não pode expressar sua fé politicamente e usar de sua formação espiritual para manifestar suas preocupações aos rumos de seu País, pelo contrário, um Estado Laico é a admissão da manifestação religiosa de toda sociedade. Neste sentido, a sociedade precisa manifestar e estar atenta a conduta ética, moral e espiritual de seus políticos, afinal, os políticos são funcionários da Nação e o povo tem o direito de ao escolher aqueles que vão governar ter como primazia suas posições éticas, morais e espirituais independente suas crenças religiosas.

 Cabe a instituição religiosa independente suas doutrinas devem orientar seus seguidores quanto aos candidatos apresentados para serem votados. O que elas não podem é serem ideológicas partidárias, ou seja, puxar sardinha para um ou outro partido, porém se preocupar com a idoneidade, seriedade e ideologia do candidato a qual vai ser votado, se assim não o fazer estará omitindo sua responsabilidade enquanto igreja.

 Defender a vida é o pilar mestre de todas as entidades religiosas, neste sentido, ela não pode abrir mão. Se um candidato defende o aborto. Se um candidato coloca um direito secundário acima de um direito primeiro que é a vida a igreja tem que se manifestar e convocar seus seguidores a não eleger tal candidato, isto não significa estar interferindo no Estado, mas sim agindo como igreja. Daí a Cezar o que é de Cezar e a Deus o que é de Deus. Para a pessoa que tem espiritualidade a Vida é Dom de Deus, sendo assim, ela pertence a Deus. A Cezar é o compromisso político de promover o homem enquanto cidadão, dado por Deus, por meio do povo através do voto.

Ataíde Lemos

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Equilíbrio de forças políticas entre Executivo e Legislativo



      
Tenho reiterado varias vezes e colocado a questão da composição da nova casa legislativa. Penso que uma oposição forte equilibra as forças democráticas e garante a democracia. Nosso País teve avanços nestes 16 anos devidos os governos sempre encontrarem uma oposição forte. Isto se deu quando FHC era presidente. Os partidos de oposição colocavam a boca no trombone, seguravam as votações de temas polêmicos, etc. A compra de parlamentares era exposta a sociedade deixando o Executivo em maus lençóis, Isto se deu nos dois governos. Um dos motivos da queda de FHC foi este equilíbrio de forças entre situação e oposição. No caso de Lula ocorreu à mesma coisa, o escândalo do mensalão e outros também se deram devido à tentativa de fazer maioria absoluta. 

Quando analisamos a nova composição do Congresso Nacional observamos que é fundamental a vitória de Serra para o bem do Brasil. É uma questão racional, pois mesmo ele ganhando não terá maioria no Congresso, precisará negociar para governar e no que se refere a questões polemicas e que mudam a Constituição, pois não terá numero suficiente para alteração o que for de interesse do governo, mas contra a população. Como exemplo cito: Se Dilma ganhar e quiser retornar a CPMF, ela retorna com facilidade e com o percentual que desejar. Caso Serra ganhe ele não consegue por não ter maioria constitucional dos congressistas. Este é somente um exemplo, imagine o que um governo pode fazer caso tenha maioria constitucional de um Pais? lembremos a Venezuela, a Bolívia, Equador e tantos outros paises que o executivo tem maioria absoluta.

Os eleitores têm que ficar espertos, pois estamos diante uma situação complicada, votar em Serra não é votar no PSDB, mas sim, no equilibro das forças políticas que é melhor para o Brasil e todos nós.

Não sou adepto a FHC, mas também não sou a Lula, porém para o bem do Brasil voto em Serra, pois caso ele ganhe terá uma oposição forte que dará o equilíbrio necessário para o avanço da democracia, no entanto, caso Dilma ganhe, então haverá um total enfraquecimento do Legislativo ou seja, o Executivo terá todas as ferramentas e as instituições que mantem a democracia em suas mãos. Vou citar outro exemplo, parte dos Ministros do Judiciário são escolhidos pelo presidente e aprovado pelos Senadores. Caso Dilma ganhe indicará os Ministros do Supremos Tribunais  e os senadores aprovaram. Não podemos esquecer que são estes Ministros os responsáveis para julgar as Leis. Alguém acredita que um Ministro do Judiciário escolhido pelo presidente vai dar voto contrário ao interesse do governo?

Enfim, esta eleição do segundo turno não é apenas uma eleição presidencial, mas um plebiscito onde a sociedade vai definir os rumos do País que podem levar décadas para reparar um erro. Vou mais longe, Lula só não conseguiu mais um mandato, ou seja, eternizar no Poder, porque não tinha maioria no Senado Federal, apenas por isto. 

Ataíde Lemos  

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dilma x Serra; Lula x FHC



Acredito que há uma grande diferença entre Dilma x Serra, em relação à Lula x FHC. Uma destas diferenças é que Dilma é subserviente ao PT. Dilma não é uma política que exerce liderança, pelo contrário, é uma política construída aos moldes do PT, pois sempre foi militante, e ao que parece, não exercia liderança na cúpula do partido.. Talvez a própria idéia em lança-la como presidente tem esta intenção, ou seja, mante-la sobre o domínio do Partido. Enfim, Dilma será apenas uma interlocutora do PT, como por exemplo, Weslian Roriz, esposa do Ficha Suja Joaquim Roriz será caso ganhe o governo do Distrito Federal. No caso de Serra é diferente, pois embora FHC seja um dos lideres do PSDB, ele não exerce poder sobre o Partido e nem sobre seus filiados. É alguém, respeitado, porém não é dono da sigla. É preciso frisar ainda que FHC é um líder queimado perante a população haja vista a derrota em 2002. Lula faz sua popularidade muito mais quando critica FHC de que ao enaltecer seus feitos enquanto governo.

No caso de Serra, este tem personalidade política própria e exerce junto com outros, liderança no PSDB. Não é um político fabricado e possui um currículo extenso de trabalhos seja como gestor público ou parlamentar. Também precisa frisar que estão surgindo varias lideranças de destaque no PSBD como o ex-governador de Minas Aécio Neves, Marconi Pirilo em Goiás, Álvaro Dias no Paraná e tantos outros que são lideres capazes de discernir o pensamento da sociedade.

Neste segundo turno, o que o eleitor precisa analisar entre as duas candidaturas é a capacidade de liderança do novo presidente. Neste sentido, Serra leva vantagem sobre Dilma, pois um líder político é aquele que consegue passar segurança, serenidade a sociedade. Um líder político é aquele que tem habilidade de contornar atritos entre suas bases políticas sem necessidade de barganhar a ética. Um líder político é aquele que impõe seus pensamentos de maneira pacifica contornando as diferenças e, ainda podemos dizer que um líder político lidera e não é somente liderado.

Não vejo esta disputa presidencial do segundo turno como Lula x FHC, mas sim, Lula x PSDB, neste sentido o eleitor precisa ser conscientizado que o PSDB é bem maior que FHC.

Ainda é preciso ressaltar que, da forma como ficou composto o atual Congresso Nacional e levando em consideração que o Plano Nacional de Direitos Humanos –3 (PNDH) está na Casa para ser apreciado e votado. PNDH-3 que, embora o governo tenha recuado em alguns pontos polêmicos devido ser ano eleitoral e também pressões de seguimentos da sociedade que repudiaram como, por exemplo, o aborto, o controle do Estado sobre a mídia, além de outros temas complexos como casamento entre pessoas do mesmo sexo, a retirada de símbolos religiosos das instituições públicas, quem garante que estes temas não sejam reinseridos novamente e aprovados? Pois, caso Dilma eleja terá a maioria constitucional para aprovar qualquer projeto que desejar.

Ataíde Lemos

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Segundo tempo das eleições presidenciais



            No segundo turno das eleições presidenciais quem votou Dilma ou Serra certamente devem manter o voto. Quem votou Marina, Plínio e outros candidatos são os que definirão quem será o novo presidente ou presidenta do Brasil.

Marina Silva, pelo que representou nestas eleições e para suas pretensões políticas, no meu entender, deve permanecer neutra, pois caso venha apoiar Dilma, Marina derruba por terra tudo que construiu nestas eleições, principalmente a esperança da juventude ou daqueles que ainda acreditam num Brasil mais ético e sem corrupção.

O crescimento de Marina Silva se deu devido aos fatos que vieram ocorrendo ou sendo levantados durante o período de campanha como a corrupção na Casa Civil, onde Dilma era titular da pasta e a sua sucessora Erenice Guerra uma de seu braço direito e amiga a mais de 7 anos trabalhando. O crescimento de Marina se deu devido à posição de Dilma em relação ao aborto, cujo suas explicações não convenceram o eleitor. O crescimento de Marina se deu devido à fala de Lula intimidando a imprensa por levantar fatos que estavam ocorrendo na sua ante-sala (Casa Civil). Discurso que se deu num tom ameaçador a liberdade de imprensa. Enfim, embora, sua fala calou a imprensa, que se intimidou, a sociedade, pelo contrario, assimilou muito bem o tom do discurso de Lula.

É preciso ainda ressaltar que os votos dados a Marina Silva, não saíram de eleitores do Serra, mas sim de Dilma, partindo deste pressuposto dificilmente tais votos deverão ser retornados a ela.

Muito se disse, que tanto Dilma e Serra não apresentaram nada de novo, ou seja, os dois candidatos ficaram mais no apresentar resultados de seus feitos. Dilma enaltecendo o governo de Lula e Serra expondo seu currículo e seus feitos enquanto Ministro de FHC e os outros cargos públicos o quais exerceu. Sendo assim, entre um passado mais distante de feitos e um presente, certamente, o presente acaba sendo mais percebido, neste sentido Dilma saiu na frente.

Porém, um bem não pode ser pago com um alto custo, ou seja, uma Nação mesmo avançando economicamente, mesmo avançando socialmente não pode permitir que a corrupção seja a tônica de um governo. Que a falta de ética impere na política, pois à medida que a sociedade aceita estas praticas é ela quem está sendo maculada. Em suma, ao permitir que governos corruptos assumam o comando do País quem se desmoraliza é a sociedade como um todo.

Ainda é preciso ressaltar que a corrupção atinge a todos, mas com efeito maior nos mais pobres, ou seja, naqueles que precisam da proteção do Estado quer seja na Saúde, Assistência Social, etc, porém, atinge a todos através da falta de recursos financeiros para Educação, Segurança e tantos outros serviços essenciais cujo Estado tem obrigações constitucionais precisa oferecer a sociedade.  

           Em suma, a grande reflexão que o eleitor deve fazer ao votar neste segundo turno para presidente está relacionado à questão ética e sobre a corrupção. Não há duvidas que no patamar em que o Brasil se encontra de desenvolvimento econômico e social qualquer um dos dois presidenciáveis que se eleger, o País deve seguir os trilhos. No entanto, muitos virão querer conquistar com palavras bonitas, palavras de ordem, etc, no entanto, o que nos levará a dissociar um candidato do outro é sua história em relação a ética, a corrupção. O brasileiro já deu demonstração de maturidade política. Não serão retóricas que lhe seduzirão.

            

Ataíde Lemos 
         

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Segundo turno Dilma x Serra



O segundo turno é outra história, Lula teve uma grande vantagem em estados onde tinha uma oposição forte como o centro sul e o sul e também os centro oeste, pois sua popularidade inibiu os seus opositores que estavam disputando eleições fazerem uma oposição sistemática a Dilma, agora isto já não existe mais.

Aécio e tantos outros fortes cabos eleitorais vão poder sair pedindo votos. Os eleitores de Marina Silva, embora representem uma ideologia de esquerda, certamente sabe que o PT não tem compromisso com a esquerda de fato. Que o PT faz o jogo do Poder, sendo assim, muitos destes, não votaram em Dilma por não aceitar a corrupção deslavada deste governo; a falta de ética, enfim, sentem-se traídos pelo PT, isto deve levá-los a votar em Serra, ou parte deles anularem seus votos.

Ser Serra é dar uma lição que o País é muito mais que um Partido político, às vezes criticamos grande parte do eleitorado, mas ele tem inteligência e é consciente. Se muitas vezes ocorrem alguns desvios é devida uma minoria que às vezes fazem a diferença de votos entre o vencedor e o perdedor, parcela esta que é pequena, mas faz a diferença do percentual da vitória.

Quando Lula venceu a primeira eleição, o eleitor deu uma demonstração de consciência política ao elege-lo, pois FHC estava desgastado, ou seja, na busca também da perpetuação no Poder usou de meios ilícitos para se reeleger, também usou de políticas sociais, porém assistencialistas para cabrestar eleitores que estão as margens da sociedade. No entanto, é preciso dizer que, embora se deve ter políticas sociais de imediatismo, mas o eleitor não gosta, nem aceita que tais políticas sejam usadas como forma de manipulação eleitoral. O tipo de política assistencial é humilhante para que recebe e para quem vê tais discursos em eleições e o eleitor deram um basta nos rumos que se dirigiam o País.

Outro fato interessante a se destacar está relacionado à posição do PT em relação a imprensa. Ao ser noticiado pelas grandes mídias as falcatruas ocorridas na Casa Civil, e na Receita Federal, Lula esbravejou dizendo que a mídia age como partido político, discurso completamente autoritário. No entanto, a 3 dias das eleições, uma mesma grande mídia soltou matéria sobre telefone de Serra e Gilmar Mendes, porém vimos uma postura completamente antagônica entre os dois políticos.

Em suma, alguns detalhes mostram quem é quem na política e principalmente que o eleitor é sábio em separar os discursos dos políticos. O eleitor não nega os avanços, as conquistas seja qual for o presidente, mas não deixa ser levado por discursos retóricos. Certamente, caso Serra se eleja e não corresponde aos votos, a sociedade cumprirá seu papel nas próximas eleições.

Ataíde Lemos

Marina Silva baluarte da democracia



A democracia obteve uma grande vitória ao levar as eleições presidências (2010) ao 2º turno. Esta vitória se deu por uma personagem que é admirada pela sua luta ao Meio Ambiente, porém agora também se torna admirada por ser a ancora que proporcionou ao Brasil refletir sobre ética e corrupção.

Marina que foi ignorada pelo Partido dos Trabalhadores, pela arrogância da popularidade de Lula e de seus companheiros, lançou seu nome defendendo uma bandeira da continuidade das políticas econômicas e sociais, no entanto, pensando no futuro com novas estratégias para consolidar os avanços obtidos. Também, levantando a bandeira da Educação como prioridade para o desenvolvimento social.

Sua derrota, torna-se vitória para o País, pois ela conseguiu resgatar um sentimento que parecia estar morrendo nos brasileiros, que era o sentimento de civismo. Um sentimento de valorização do bem público, pois quando se ignora a corrupção, na verdade, está matando um dos valores fundamentais e o mais importante do cidadão, que é o respeito ao político e conseqüentemente ao País.

O Brasil é dos brasileiros e não nos partidários, militantes seja de qual partido for. Há muita gente séria que não traz no peito bandeiras ideológicas partidárias, mas sim, trazem sentimentos de brasilidade, de amor pela nação. Que busca justiça, igualdade na adversidade. Brasileiros que desejam um país melhor para todos. Brasileiros que sabe separar populismo de realidade. Enfim, brasileiros que não admitem serem considerados massas de manobras.

Marina é o grande baluarte deste resgate da cidadania o qual todos os que votaram em outros candidatos reconhecem, principalmente, os que estavam, de certa maneira, já desestimulados acreditando que tudo estava perdido.

Uma mulher frágil, mas de uma bravura incontestável. Uma mulher frágil, mas forte em seus ideais sem medo de enfrentar o plebiscito eleitoral que estava acontecendo – segundo suas palavras. Veio promover uma transfusão de sangue aos eleitores revitalizando as esperanças num País mais ético.

Nós brasileiros não podemos admitir que a corrupção seja algo normal entre os políticos. Que não há necessidade de ética para exercer cargos públicos e Marina Silva, conseguiu transferir esta energia positiva quanto a estes valores aos eleitores.

Em suma, o Brasil está em festa e agradecido a esta defensora do Meio Ambiente e agora, responsável pelo reavivamento do sentimento ético de todo povo brasileiro. Por fim, o Brasil agradece a Deus por ter nos ter dado esta acreana que conseguiu transmitir em suas mensagens a esperança para povo brasileiro. Quando ela iniciou a campanha eleitoral dizia seria uma luta de Davi contra Golias, no entanto, podemos dizer que Davi mesmo não tendo derrubado Golias, o derrotou nesta primeira batalha e tornou-se respeitado por todos nós.

Ataíde Lemos