sábado, 30 de junho de 2012

O jogo político começou



O jogo político começou


       Os arranjos de coligações para eleições como também as alianças das chapas majoritárias são interessantes. Partidos antagônicos ideologicamente se juntam. Candidatos que vivem digladiando se  unem. Tudo em prol ganhar as eleições, depois, volta tudo ao normal, ou seja, se rompem e voltam a se digladiarem. É por isto que a maioria do povo não gosta de política. Isto para a sociedade não se encaixa. Estes procedimentos ferem os valores, ferem princípios. É como se o ladrão juntasse ao policial. Como se Deus unisse ao demônio. É como se o bem aliasse ao mal, tudo em prol ao poder. Estas manobras políticas não são coisa de pessoas sérias, honestas. Pessoas, Partidos que se digladiam e depois se unem politicamente, apenas para ganhar uma eleição, certamente, são políticos que não tem compromisso com a sociedade, mas sim com eles mesmos.

Infelizmente, isto faz parte da política e do político em todas as esferas. Une-se aquele que não tem condições de ser eleito, mas possui certo número de votos com aquele que tem condições de se eleger para somarem e assim, a sociedade assiste e participa do show eleitoral. O importante é ganhar, depois vê como é que fica.

Os candidatos a vereadores sairão pedindo votos, certamente, eles representarão uma coligação, ou seja, estarão com santinhos seus e dos candidatos a prefeitos, mesmo contrariando as normas eleitorais e a ética – fica uma interrogação: política tem ética? – dirão aos eleitores. “Você vota em mim, e para prefeito escolhe quem achar melhor” ou ainda, concordarão com a posição do eleitor para votar em candidatos a prefeitos de outras coligações, inclusive falando bem deles e mal daqueles os quais estão coligados. O importante para o candidato a vereador não será em quem o eleitor escolherá para prefeito, mas sim o voto que ele receberá deste eleitor.

Este é o jogo político; este é o jogo democrático e completamente sem ética que fazem os políticos em seus pleitos eleitorais. Aí, retorno à pergunta: como a sociedade pode gostar de políticos e da política? Somente, aqueles que pensam como eles; somente aqueles que buscam seus interesses pessoais. Pois ainda, que seja fundamental a participação e o compromisso cidadão, este jogo sujo não faz parte da índole das maiorias das pessoas.

           Por fim, a sociedade deveria pensar muito no momento de escolher seus representantes. Refiro-me, a parte da sociedade que não tem nenhum interesse pessoal, nenhum compromisso com políticos, aquela parte da sociedade que apenas vai cumprir sua obrigação e exercer o seu direito cidadão pensar muito, analisar os candidatos. Observar seus históricos e com quem estão fazendo alianças. Quais são os seus cabos eleitorais. Analisar a postura do candidato a vereador, observar o passado dele, seus aliados. Enfim, que a sociedade procure votar consciente e segundo seus princípios de valores éticos e não pelo impulso da emoção. Lembre-se o eleitor não precisa votar pela emoção e que o voto correto não é aquele que elege um candidato, mas um voto consciente.


Ataíde Lemos
Escritor e poeta

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