Toda organização não-governamental (ONG) social, surge de uma necessidade de atendimento a um determinado público, visando suprir a carência do Estado. Normalmente são constituídas por pessoas, que passaram por tais situações e que sentem um pulsar dentro de si, para amenizar o sofrimento humano.
Essas entidades geralmente são constituídas por pessoas sem recursos, porém, abnegadas, espiritualizadas e com um propósito social, mas que precisam tanto do apoio do Estado quanto da sociedade. Sem o engajamento da sociedade como voluntária e sem o apoio dos órgãos públicos, a maioria delas estão fadadas ao fracasso, não havendo condições mínimas delas crescerem e nem de gradativamente, oferecerem um atendimento de melhor qualidade.
Ainda é preciso dizer, que é a sociedade contribuindo com trabalhos voluntários em todos os sentidos, como arrecadação financeira e também na fiscalização, é que poderemos manter a entidade idônea e atuando com eficiência. Portanto, é a sociedade participativa e a união de esforços entre ela e o Estado é que vão manter a entidade. Enfim, é essa união cooperativa de esforços que proporcionará um futuro de êxito para a instituição.
Outro fator que é importante se mencionar – e que é um assunto que sempre coloco em meus artigos – é que a sociedade sempre constitui entidades sociais ou mesmo de outros seguimentos, devido à ausência do Estado ou para colaborar com ele. Mas não é obrigação dela (sociedade) constituir entidades sociais, pelo contrário, o Estado é que tem esta obrigação, pois afinal pagamos impostos também para esses fins.
Pois bem, sempre estamos vendo através da TV ou de outras fontes de notícias, entidades que estão atendendo mal devido à falta de estrutura e até mesmo de alimentos. Em suma, entidades que atuam sem as mínimas condições de funcionamento. Diante deste fato, a sociedade fica indignada e quem acaba pagando o pato são as entidades, como se fossem elas exclusivamente, as únicas responsáveis por essa triste realidade.
Algo que precisa ser esclarecido, é que a grande maioria das ONGs, embora sejam civis, são públicas, isto é, suas atividades podem ser acompanhadas pela sociedade de um modo geral, inclusive com participação nas diretorias. Todas as eleições realizadas constam em atas e são divulgadas por meio de editais distribuídos em lugares públicos e de acesso a todos, porém o que ocorre normalmente, é que a sociedade em sua maioria não se interessa em participar, acabando sempre, sendo apenas os mesmos participantes que se revezam nas diretorias. Quanto aos poderes públicos, como não colaboram em quase nada, fazem vistas grossas e assim a maioria das entidades sociais permanecem atuando precariamente.
Em suma, é lamentável o que assistimos ocorrer neste País. A maioria das entidades (ONGs), de assistência social funcionam sem o mínimo apoio, tanto da sociedade quanto do Estado. Quantas e quantas entidades surgem com grandes propósitos, mas apesar disso, com menos de um ano de funcionamento estão fechando suas portas, despejando pessoas nas ruas ou então, se tornam depósitos de pessoas sem qualquer condição de dar qualidade de vida a elas. Outras para manter o atendimento, precisam mendigar à sociedade sem receber quaisquer convênios do Município, do Estado e muito menos da União, no entanto ao surgimento de problemas sociais relativos ao atendimento aos menos favorecidos, são estas entidades as primeiras a serem procuradas.
Esta é a triste realidade existente em nosso País. Certamente este descaso com as entidades sociais, destroem quaisquer iniciativas da sociedade civil em ser parceira do Estado para colaborar no atendimento social.
Ataíde Lemos
Revisão:
Vera Lucia Cardoso
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