segunda-feira, 31 de maio de 2010

Eleições 2010 - II









          Tempos atrás escrevi um artigo onde profetizava a vitória de Dilma Rousseff, não por ser uma grande candidata, mas sim, por ser a candidata de Lula, fui além, dizendo que na popularidade que Lula se encontra atualmente elege até um poste, independente a qualidade deste poste.

          Pois bem, parece que pouco a pouco esta profecia está se concretizando a medida em quem vamos nos aproximando das eleições. Dilma pode se eleger ainda no primeiro turno, pois o que vem se desenhando é uma queda de Jose Serra e da candidata Marina Silva. É importante que se diga que faltam ainda 5 meses para as eleições.

          Um dos aspectos fundamental que envolve o eleitor para definir seu candidato é sua satisfação com governo atual. Certamente este contentamento é responsável pela aglutinação e adesão política e do empresariado a determinados candidatos ou pela debanda de apoio. No caso de Lula que tem seu governo aprovado por mais de 70 % da população, dificilmente não atingirá 50 % dos votos, quantidade necessária para a vitória de sua candidata. Sendo assim, é natural ter como aliado vários partidos políticos, grupos empresariais e o apoio de alguns políticos mesmo que contrariando as bases de seus partidos apoiando informalmente a candidata Dilma.

          É importante frisar que numa eleição como ocorrerá este ano (2010) onde serão eleitos governadores, senadores, deputados tudo que os pleiteantes não desejam é bater de frente com a candidata Dilma e com o governo do presidente Lula, pois este tipo de enfrentamento é suicida para qualquer candidato de oposição. Já para os aliados, estar junto a eles é a certeza de angariarem votos.

         No entanto, para o bem da democracia é fundamental que haja disputa política, até porque, 30% dos que não aprovam o governo de Lula representam uma grande parcela da sociedade e ela precisa encontrar seus espaços optando em candidatos de que tenham outros projetos político para o País, sendo assim, mesmo que esteja desenhado o próximo presidente, isto é, a próxima presidenta do Brasil é fundamental ter outros candidatos disputando a presidência da republica, pois mesmo perdendo colabora com a construção de uma oposição forte, seja em nível de governadores como também no Poder Legislativo.

         Aécio como inteligente político que é, não titubeou em abandonar a intenção de disputar a pré-candidatura com Jose Serra para a concorrer à Presidência da Republica pelo PSDB e nem optou em ser vice na chapa com Serra, pois sabe que como candidato ao Senado por Minas sua eleição é garantida como também através de campanha percorrendo todo o Estado de Minas Gerais terá maiores chances de eleger seu sucessor para governo de Minas o professor Anastásia. Como Lula, o ex-governador Aécio supera os 70 % de aprovação de seu governo pelos mineiros, mas é consciente que tem um páreo muito difícil que é o ex-ministro das comunicações Hélio Costa.

Ataíde Lemos

terça-feira, 18 de maio de 2010

Critérios da sociedade em relação ao voto











          É comum atribuirmos a escolha de maus políticos, à questão da ignorância em relação à cidadania. Porém enfocando como ignorância, a falta de instrução, relacionando-a também à pobreza. Enfim, transferindo a responsabilidade da escolha de maus políticos, para os miseráveis em nível de escolaridade e status social, ou seja, para os mais pobres.

          Não há como negar que tais fatores também contribuem negativamente para uma boa escolha, no entanto, é preciso analisar como a sociedade em geral, faz suas diversas escolhas no cotidiano, pois na verdade, não se promove eleições somente para eleger políticos. Há vários tipos de eleições, por exemplo: eleições para presidente de associações, clubes, etc. A sociedade elege também, conselheiros para diversos tipos de Conselhos: Municipais, Estaduais e Federal. Nas agremiações, também ocorrem eleições, portanto, há inúmeras eleições que necessariamente, não se referem a uma escolha para uma função política institucional.

          Pois bem, qual o critério que se usa para tais eleições? Primeiramente, a escolha se dá através dos grupos sociais. Isto é, normalmente, a afinidade entre o candidato e o eleitor é um fator preponderante. É comum a amizade entre candidato e eleitor, favorecer o voto, sem que a competência para tal função seja analisada. O segundo fator está relacionado ao grupo de relacionamento, ou seja, o eleitor acaba escolhendo como seu candidato, aquele que faz parte de seu círculo social, pois a interatividade e o convívio social tornam-se um fator relevante, sobrepondo-se à avaliação da capacidade do candidato para a determinada atividade a qual esteja concorrendo. Outro critério é o da gratidão. Muitas pessoas acabam votando por gratidão. É comum o eleitor se sentir grato por determinados favores e de alguma maneira, vê-se obrigado a retribuí-los e isto acaba sendo feito através de votos. Ainda há o critério da troca de favores. Muitos dão seus votos a determinados candidatos, já pensando numa futura retribuição. Enfim, há inúmeros critérios de escolha utilizados para votar em determinados candidatos a cargos eletivos, independentes dos da política e os últimos deles, a serem considerados, são o da capacidade e o da idoneidade do candidato.

          Quando discutimos eleições de candidatos, que serão mandatários dos rumos de uma cidade, estado ou país, esta situação torna-se ainda mais complexa, pois normalmente a eleição ocorre através da argumentação e do convencimento dos candidatos. São grupos sociais e políticos que usam de todos os meios legais e ilegais, para convencer que determinado candidato é o melhor e o eleitor acaba usando os mesmos critérios acima mencionados para fazer suas escolhas, deixando a capacidade, a idoneidade e principalmente a cidadania como últimos critérios a serem considerados.

          Em suma, ao meu ver, as más escolhas de políticos, feitas por parte do eleitor, independentemente à questão econômica ou ao seu grau de instrução, estão na falta de prioridade de análise do perfil de um candidato e em só levar em consideração, fatores particulares e interesses pessoais. Portanto, somente uma mudança de conceito poderia reverter esta realidade. No entanto, para tal mudança a sociedade necessariamente teria que ter um grande desenvolvimento educacional em relação a critérios de valores humanos, sociais e coletivos, bem como de valores espirituais, desapegando-se de seu extremo egoísmo e enfocando apenas o bem comum.

Ataíde Lemos

Revisão: Vera Lucia Cardoso