O jogo
político começou
Os arranjos de coligações para eleições como também
as alianças das chapas majoritárias são interessantes. Partidos antagônicos
ideologicamente se juntam. Candidatos que vivem digladiando se unem. Tudo em prol ganhar as eleições,
depois, volta tudo ao normal, ou seja, se rompem e voltam a se digladiarem. É
por isto que a maioria do povo não gosta de política. Isto para a sociedade não
se encaixa. Estes procedimentos ferem os valores, ferem princípios. É como se o
ladrão juntasse ao policial. Como se Deus unisse ao demônio. É como se o bem
aliasse ao mal, tudo em prol ao poder. Estas manobras políticas não são coisa
de pessoas sérias, honestas. Pessoas, Partidos que se digladiam e depois se
unem politicamente, apenas para ganhar uma eleição, certamente, são políticos
que não tem compromisso com a sociedade, mas sim com eles mesmos.
Infelizmente,
isto faz parte da política e do político em todas as esferas. Une-se aquele que
não tem condições de ser eleito, mas possui certo número de votos com aquele
que tem condições de se eleger para somarem e assim, a sociedade assiste e
participa do show eleitoral. O importante é ganhar, depois vê como é que fica.
Os candidatos
a vereadores sairão pedindo votos, certamente, eles representarão uma coligação,
ou seja, estarão com santinhos seus e dos candidatos a prefeitos, mesmo
contrariando as normas eleitorais e a ética – fica uma interrogação: política
tem ética? – dirão aos eleitores. “Você vota em mim, e para prefeito escolhe
quem achar melhor” ou ainda, concordarão com a posição do eleitor para votar em
candidatos a prefeitos de outras coligações, inclusive falando bem deles e mal
daqueles os quais estão coligados. O importante para o candidato a vereador não
será em quem o eleitor escolherá para prefeito, mas sim o voto que ele receberá
deste eleitor.
Este é o jogo
político; este é o jogo democrático e completamente sem ética que fazem os
políticos em seus pleitos eleitorais. Aí, retorno à pergunta: como a sociedade
pode gostar de políticos e da política? Somente, aqueles que pensam como eles;
somente aqueles que buscam seus interesses pessoais. Pois ainda, que seja
fundamental a participação e o compromisso cidadão, este jogo sujo não faz
parte da índole das maiorias das pessoas.
Por fim, a sociedade deveria pensar muito no momento
de escolher seus representantes. Refiro-me, a parte da sociedade que não tem
nenhum interesse pessoal, nenhum compromisso com políticos, aquela parte da
sociedade que apenas vai cumprir sua obrigação e exercer o seu direito cidadão
pensar muito, analisar os candidatos. Observar seus históricos e com quem estão
fazendo alianças. Quais são os seus cabos eleitorais. Analisar a postura do
candidato a vereador, observar o passado dele, seus aliados. Enfim, que a
sociedade procure votar consciente e segundo seus princípios de valores éticos
e não pelo impulso da emoção. Lembre-se o eleitor não precisa votar pela emoção
e que o voto correto não é aquele que elege um candidato, mas um voto
consciente.
Ataíde Lemos
Escritor e poeta
Ataíde Lemos
Escritor e poeta
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