Apelo da natureza
Preciso que deixem-me viver
sou vida como você.
Cada vez que me agride
com agrotóxicos, desmatamentos,
com queimadas,
lançando gazes sobre mim
talvez possa não perceber
morro, mas também levo você.
Sou a casa que te abriga.
Sou o pulmão que te da vida.
Sou nascente, sou água viva
que mata a tua sede,
que faz o equilíbrio do clima,
que produz o alimento.
Sou um mundo aparte,
sou um habitat
de infinitos seres vivos.
Em mim está tua cura
Sou bio-diversidade.
Quando você me mata
também tiro a oportunidade
de encontrar a resposta
de tantas doenças e males.
Sou a natureza
que pede sua reflexão.
Diminua sua ambição
olhe para o futuro
amplie seu horizonte
não tenha me como inimiga,
morta, também tiro sua vida.
Ataíde Lemos
Escritor e poeta
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