Um dos pilares da democracia é a liberdade de expressão. Esta liberdade está relacionada a todos os cidadãos como também aos órgãos de imprensa. No entanto, esta liberdade deve ser ampla e irrestrita.
A sociedade se informa através dos meios de comunicação seja ela falada, televisiva ou escrita.Uma cidadania se faz através da informação para que haja o conhecimento dos direitos e deveres de cada cidadão, mas sobretudo com a transparência do Estado. Em suma, num país democrático os meios de comunicação precisam ser livres na plenitude da palavra. Certamente, há leis existentes sobre calunias e difamações para coibirem injúrias que possam ocorrer devido má de fé de uma ou outra mídia.
Ainda é preciso ressaltar que, mesmo que as noticias veiculadas precisam ser transparentes mantendo determinada ética, isto não impede que seus proprietários tenham suas ideologias partidárias. Uma coisa é a noticia veiculada, outra é a opinião, artigos ou editoriais criticando ou dando ênfase para determinados assuntos. Querer impedir tais procedimentos é querer de algum modo limitar o direito de expressão. Seria uma ingenuidade absurda imaginar que proprietários de mídias não possuem ideologias partidárias ou que elas só podem publicar fatos sem imitir suas opiniões.
A mesma mídia que hoje é tão criticada pelo governo foi um dos pilares para a redemocratização do Brasil, então questiona-la sobre sua atuação ao veicularem reportagens que desagradem o governo é no mínimo desconhecer seu grande papel quando o Brasil vivia a ditadura, período em que muitos jornalistas foram presos e vários deles pagando com a própria vida por desejarem um país democrático. Sendo assim, é uma extrema incoerência rotular as grandes empresas de comunicação de conservadoras, ou mesmo de um grupo da elite retrógrada que deseja o autoritarismo, ou benéficas já que elas foram as grandes responsáveis para que hoje pudéssemos viver um regime democrático. Muitos destes que levantam estes rótulos estão hoje no Poder graças à visibilidade dada por tais meios de comunicação. Estão hoje no Poder, porque receberam o apoio e guaritas destas mídias.
É preciso também ressaltar que governos que não admitem o papel livre da imprensa, ou seja, não admitem que a mídia leve a sociedade informações que o desagrade, ou mesmo, não admite a tendência ideológica dos meios de comunicação possuem uma cultura autoritária ou falta-lhes conhecimento sobre o que de fato é liberdade de expressão, em suma, o que seja democracia.
A questão do governo se manter um discurso crítico e negativo a determinados meios de comunicação é que, embora se pluralizou e quadruplicou o número empresas de comunicação como rádios, jornais, etc. Embora haja outros canais de informação como, por exemplo, a internet. Mesmo havendo grande número de televisões públicas e estatais as que predominam em audiências são as grandes redes de televisões ou as grandes empresas de jornais comerciais (privadas). Em suma, a pluralidade de mídias existentes não diminui o poder político destas grandes redes de comunicação.
Ataíde Lemos
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