Em artigo
anterior, escrevi que o Brasil está numa encruzilhada, pois, se de lado é
fundamental que o PT seja destituído do governo com a saída de Dilma, por
outro, o PT não iria vender barato a sua saída do Poder. Parece-me que não
estava errado, pois, já começamos a observar os “movimentos sociais” com, por
exemplo, o MST, já agitando invadindo fazendas, bloqueando rodovias como a
mídia já vem anunciando. Ou seja, poderemos entrar numa guerra civil branca ou
vias de fatos.
Não há duvidas
que o Brasil, encontra-se quebrado economicamente, e para que o País possa começar
a sair do estado em que se encontra, medidas antipopulares serão necessárias. Além
de o governo fazer a parte dele como reduzir os gastos da máquina pública.
Porém, muitas das medidas antipopulares passarão pelo Congresso Nacional. Certamente,
num ano eleitoral dificilmente, o governo encontrará apoio para aprova-las.
Muitos parlamentares dizem estar prontos a colaborar com o governo, no entanto,
na hora de aprovar tais medidas muitos deverão pular fora, já estamos vendo um
exemplo claro com o Partido do Solidariedade, partido que apoiou o afastamento
de Dilma, mas, já anuncia que não aprovará leis que afetam os trabalhadores e assim, deverá
ocorrer também com o PTB e outros partidos que são afins com as causas sociais
e trabalhistas.
Ainda é
preciso ressaltar, que o novo governo não goza de credibilidade moral e ética
junto à população, por ns motivos como, por exemplo, o PMDB é um partido
corresponsável pelo Brasil encontrar-se onde está, haja vista que durante o
governo Lula e de Dilma (diretamente como vice-presidente) apoiou muitas
medidas que levaram o país a este estado de situação. Outro fato é que muitos
do PMDB, inclusive o atual presidente e alguns de seus ministros estão citados
tanto na Laja-jato quanto em outros ilícitos de corrupção ditos por Delcidio
Amaral em delação premiada. Portanto, o novo governo está maculado e oferece
muita munição tanto aos petistas inconformados que podem inflamar a população dificultando
seu governo e até chegarmos ao caos total.
Enfim, repito,
o Brasil está numa encruzilhada e que, ainda que algo positivo ocorresse com a
destituição do PT do governo, não pode comemorar dias melhores e deverá ir se
arrastando até 2018, já que qualquer outra medida que se tome é
inconstitucional. Só esperamos que este governo não tente um golpe que seja
esticar seu mandato por meio de PEC que elimine a reeleição, porém, estique o
mandado de Temer mais um ano, ou seja, aumente de 4 para 5 anos. Ou ainda, crie
PEC que mude o regime de governo para Parlamentarismo e assim, retire do
eleitor o direito de escolher seu real presidente delegando ao Congresso
Nacional através do 1º Ministro e assim, o presidente da republica seja apenas
uma figura decorativa.
Ataíde Lemos
Escritor & Poeta
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