Quando analisamos o Brasil nos serviços essenciais que ele oferece a população é algo de nos entristecer e deixarmos indignados. Infelizmente, um dos fatores que contribui para isto é a centralização das receitas por parte da União, ficando com a concentração de quase todo o montante percentual do que se arrecada em impostos no País, enquanto que os entes federativos e municípios ficam com pequena parcela. No entanto, há outros fatores que contribuem também que é o mal gasto destes recursos, sobrando o ônus para a sociedade que acaba não tendo o mínimo nos serviços essenciais como Educação, Segurança, Transporte e essencialmente a Saúde.
Além dos recursos escassos na ponta e mal distribuídos, a questão da corrupção deixa no meio do caminho grande parte destes poucos que são repassados aos serviços públicos essenciais, somando-se ainda o mau gerenciamento e falta de políticas pública para estes setores para que assim, possa ser melhores administrados e melhores aplicados em prol a sociedade.
Infelizmente, este meu comentário é sempre colocado por todos que se indignam com o Estado quando o assunto está relacionado aos serviços essenciais públicos, mas não dá para deixar de fazer criticas quando observamos que o cidadão brasileiro paga uma imensa carga tributária, ou seja, mais de 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) é arrecadado em impostos tributos e a grande maioria da sociedade vive numa penúria em relação aos serviços básicos essenciais e ainda, o governo sempre procura arrecadar mais criando taxas disto, daquilo, contribuições para isto, para aquilo para aumentar mais seu caixa.
Todos os serviços básicos são essenciais, porém, algo que nos deixa profundamente indignado é o descaso com a Saúde. Não é possível, se conformar com um País onde a sociedade é extorquida com impostos e as pessoas morrem nas filas de hospitais por falta de médicos, de medicamentos, pela falta de leitos. Onde vemos as pessoas agonizando nos prontos atendimentos, sendo obrigados a ficarem 5, 6, 8 horas deitados no chão, nas macas em corredores para serem atendidos sem as mínimas condições de higiene, é impossível não contrair doenças, infecções hospitalares. A ANVISA se preocupa tanto com a qualidade dos medicamentos, das empresas que atuam nesta área, mas o que ela faz em termos do Estado?
Não é possível conformar em ver que muitas pessoas morrem por falta de falta de ambulâncias, falta de hospitais ou falta de médicos de especialidades comuns como clinico geral, pediatra, etc. Não é possível conformar que um exame médico demore 3, 4 até 6 meses para serem realizados, isto é, para saber um diagnostico clinico se leve meio ano, tempo este que se torna fatal para aqueles que possuem uma doença grave e que precise de diagnostico rápido! Quantas pessoas morrem porque ao receber o diagnostico de um câncer ele se avançou devido demora de tratamento? Ou seja, a sociedade, com destaque aquelas de menores condições financeiras, não recebem um mínimo de respeito e são muitas vezes elas que acabam contribuindo com as altas taxas na arrecadação do Estado, por meio das compras e são as mais desrespeitadas por Ele.
Não dá para conformar que pessoas precisam promover rifas, pedir dinheiro nas rádios, fazer campanhas para fazer certos exames que são oferecidos pelo SUS, mas que pela fila de espera o doente precise pagar numa instituição médica privada, para não morrer.
Como exemplo, podemos observar o descaso do Estado com a Saúde quando analisamos a questão da especialidade de psiquiatria. Na maioria das cidades não há médicos nesta área. Em quase a totalidade das cidades tanto a União, os Estados e municípios não oferecem tais especialidades e quando oferecem, o prazo de espera por uma consulta chega a meses. Este é apenas um exemplo.
Em suma, vivemos um Brasil virtual, onde insistem em nos inserir no Primeiro Mundo. Onde nossos representantes se julgam grandes e querem discutir de igual para igual com as grandes potencias, mas para a maioria da sociedade, ou seja, aquela que constroem a riqueza deste País o mundo real é comparável paises de 4º mundo, pois nos faltam tudo. Embora, tenhamos uma estampa de País que respeita os Direitos Humanos fazendo discursos inflamados, exigindo dos outros paises que também respeitem a nossa sociedade é tratada com total indignidade em seus serviços essenciais e aqui enfocando a Saúde Pública.
Ataíde Lemos
Poeta e escritor
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